sábado, 9 de maio de 2009

Enxaqueca e Alimentação - 2ª parte


 Alimentos que podem ser susceptíveis de provocar enxaquecas:
• Enlatados, conservas, fumados, por conterem nitritos e nitratos. Exemplo, salsichas, carnes fumadas, pickles.
• Bebidas com cafeína como o chá, café que alteram o sistema nervoso.
• Bebidas alcoólicas como o vinho tinto, espumantes, bebidas destiladas.
• Chocolate, queijos duros, amendoins, carne defumada, citrinos que contêm tiramina, que liberta prostaglandina, hormona responsável pela sensação de dor.
• Mariscos, alimentos fritos e muito gordos.
• Alimentos muito açucarados.
• Aditivos alimentares, como o glutamato de sódio usado, por exemplo, no molho de soja.
• Fenilalanina, aspartame, aditivos alimentares presentes em alimentos industrializados.
• Alguns alimentos podem apenas desencadear crises de enxaqueca se forem consumidos excessivamente.

 Alimentos que podem auxiliar antes e durante as crises de enxaqueca:
• Peixes gordos como sardinha e salmão, óleos de peixe, azeite, sementes de linhaça - alimentos ricos em ácidos gordos essenciais que auxiliam no controlo da dor.
• Banana, pão integral, leguminosas (feijão, grão), arroz, frutas (maracujá, pêra) - possuem triptofano, ajudando a libertar serotonina e proporcionando bem-estar.
• Orégãos, canela, gengibre - anti-histamínicos naturais que inibem a libertação de prostaglandina, responsável pela sensação de dor.
• Nozes, ovos, legumes de folha verde escura, aveia, leguminosas, peixe, carne - fontes de magnésio.
A falta de magnésio poderá estar relacionada com o desencadear de crises de enxaquecas, sobretudo durante o período menstrual nas mulheres.
• Trigo, atum, brócolos - boas fontes de selénio, potente anti-oxidante cerebral.

 Conselhos de auxílio ao controlo da enxaqueca:
• Comer pouco e várias vezes ao dia. Evitar períodos de jejum prolongados, sobretudo nas crianças, passar muitas horas sem comer tem uma forte probabilidade de provocar uma crise de enxaqueca. Não devem de todo passar sem tomar o pequeno-almoço.
• Tentar perceber quais os alimentos a que é menos tolerante e, se possível, eliminá-los da sua alimentação ou, reduzir o seu consumo.
• Não alterar o seu ciclo normal de sono.
• Ter um estilo de vida saudável, em que o exercício físico e uma alimentação equilibrada lhe proporcionem bem-estar, evitando grandes períodos de stress.
• Evitar alterações de temperatura bruscas, assim como, odores (passar em perfumarias, por exemplo) e barulhos fortes.
• Procurar actividades relaxantes como, por exemplo, o ioga.
• Por vezes, a interrupção brusca do consumo de chá ou café podem levar à ocorrência de crises. Se pretende deixar de tomar café ou chá faça-o gradualmente.
• Consuma hidratos de carbono complexos de forma a fornecer o alimento que o seu cérebro mais aprecia, cereais integrais, arroz, leguminosas. Coma legumes e frutas variadas de forma a manter um bom nível de vitaminas e minerais no seu organismo.
• Em crise, procure um sítio calmo, escuro e tente dormir. Colocar compressas quentes ou frias nas têmporas, assim como massaja-las, pode ajudar a aliviar as dores de cabeça.
• Nunca tome medicação para tratar os sintomas da enxaqueca regularmente mais de 2 a 3 vezes por semana. Consulte o seu médico para se informar da melhor solução para o seu caso.
• Escreva um DIÁRIO. Os factores que podem desencadear crises variam de acordo com a sensibilidade da pessoa, pelo que, cada vítima deve tentar identificar quais os alimentos e/ou situações que podem desencadear sintomas. Neste sentido, é útil recorrer à ajuda de um DIÁRIO. Este deve incluir:
- As características de cada ataque.
- Os factores que a poderão ter desencadeado.
- A data e duração do ataque.
- Se teve sintomas antes do ataque (dor de cabeça) e quais.
- Os medicamentos que tomou 48horas antes do ataque começar.
- Os alimentos consumidos 3 a 6 horas antes de uma crise.
- Os alimentos que mais gosta e que muitas vezes são menos suspeitos.
Faça uma escala e atribua um nível a cada ataque que tiver, por exemplo uma escala de 1 a 4. Este diário deverá ser mantido durante alguns meses. Irá ajudá-lo a perceber as suas dores de cabeça, quando e quantas vezes tem por semana ou por mês, quanto tempo duram, que sintomas provocam.

Identificar os factores que provocam as suas enxaquecas, permitir-lhe-á controla-las e, juntamente com um estilo de vida saudável, traçar um plano para melhorar a sua qualidade de vida. Faça-o por Si!

Enxaqueca e Alimentação - 1ª parte


De origem árabe, a palavra “enxaqueca” significa “rachar ao meio” e é, precisamente, este sintoma que as vítimas destas fortes de dores de cabeça tanto se queixam.
Características da enxaqueca:
• Tendencialmente hereditária afecta, muitas vezes, vários membros das mesmas famílias.
• Afecta mais as mulheres que os homens. Segundo a OMS, a enxaqueca é episódica e ocorre em 12 a 16% da população geral, afectando mais as mulheres que os homens numa relação de 3 para 1, isto é, as mulheres são três vezes mais afectadas que os homens.
• Cerca de 1 em cada 7 adultos tem enxaqueca, sendo por isso muito comum.
• Nas mulheres é frequente aparecer a primeira durante a adolescência, havendo, no entanto, muitas crianças (raparigas e rapazes) que têm enxaqueca na sua infância.
• Tem sintomatologia variável. Os sintomas variam de pessoa para pessoa e, mesmo na mesma pessoa, de ataque para ataque de enxaqueca.
• A enxaqueca pode tornar-se incapacitante levando a perda de produtividade no trabalho.
• Não tem cura pelo que as medidas alternativas são de prevenção e/ou de tratamento das crises quando estas surgem. A aposta deve ser no seu controlo.
O que é?
A enxaqueca é uma desordem que ocorre no cérebro. Não é conhecida a causa exacta, mas várias investigações sugerem alterações químicas ocorridas no corpo, podendo estar, por vezes, alguns alimentos na sua origem. Pensa-se que, surge devido a comunicações erradas entre os neurónios que provocam contracções e dilatações em vasos sanguíneos do cérebro, causando dor.
Sintomas gerais
Ainda que a sintomatologia seja variável, existem sintomas comuns que nos ajudam a revelar se estamos perante uma enxaqueca. A enxaqueca comum consiste numa dor de cabeça forte e latejante e muitas vezes acompanhada de perda de apetite, náuseas e vómitos. Pode haver sensibilidade ao odor, à luz e ao ruído, o que leva a pessoa a tentar descansar num quarto escuro e silencioso. Pode durar de 4h a 3 dias podendo ocorrer alteração do humor, irritabilidade, depressão. A enxaqueca pode ser precedida por perturbações na visão, com lampejos de luz, pontos ou zonas de cegueira e menos vulgares, formigueiro no rosto ou nos membros, o que permite à vítima identificar que se avizinha uma crise, embora nem sempre ocorram, mesmo nas pessoas que já tenham tido estes sintomas.
Enquanto nos adultos é mais vulgar a dor de cabeça ser unilateral (atingir apenas um dos lados da cabeça), nas crianças as dores são mais frequentes nos dois lados da cabeça e são habituais os episódios de vómitos e mal-estar abdominal, podendo ocorrer diarreia.
Ainda que não se conheça a origem desta doença do sistema nervoso, existem factores que podem potenciar uma enxaqueca funcionando como “gatilho” para um ataque, em pessoas com predisposição.
São possíveis factores desencadeantes de enxaqueca:
- Stress;
- Alteração da rotina de sono, dormir menos ou mais que o habitual;
- Emoções fortes e/ou problemas afectivos;
- Passar muitas horas sem comer;
- Doces;
- Álcool;
- Adoçantes como o aspartame;
- Alterações hormonais, como as que ocorrem durante o ciclo menstrual, a gravidez e menopausa;
- Mudanças bruscas de temperatura;
- Altas altitudes;
- Luzes fortes e fluorescentes;
- Odores e barulhos fortes, como por exemplo perfumes;
- Viagens longas com mudanças de horários;
- Alguns medicamentos que interagem com factores hormonais como a pílula, compensação hormonal;
- Analgésicos tomados excessivamente;
- Alguns alimentos.
Como controlar a enxaqueca?
 Tratando as crises quando surgem, com medicação (aconselhe-se com o seu médico).
 Fazendo profilaxia para evitar que ocorra qualquer ataque. Para tal torna-se necessário tomar medicação diariamente, de acordo com o programa aconselhado pelo seu médico.
 Prevenindo, evitando possíveis factores que a podem desencadear.

A alimentação pode constituir um factor desencadeante da enxaqueca, isto é, um alimento pode não ser a causa directa mas potenciar o desenvolvimento de uma crise numa pessoa predisposição a enxaquecas.
Para facilitar a determinação de qual ou quais os alimentos que podem desencadear as suas dores de cabeça (enxaquecas), deve manter a sua alimentação regular, simples e ir testando alimento a alimento, para conseguir perceber se a sua tolerância varia.