terça-feira, 20 de outubro de 2009

Alimentação e doença de Alzheimer

A doença de Alzheimer, de causa desconhecida, é a forma mais comum de demência, sendo um tipo de demência que provoca uma deterioração global atingindo 70% dos idosos com demência. Em Portugal atinge mais de 90 000 pessoas e na Europa cerca de 7,3 milhões.
Trata-se de uma doença neurológica que provoca uma deterioração global, progressiva e irreversível de diversas funções cognitivas (memória, atenção, concentração, linguagem, pensamento, entre outras).
Esta deterioração tem como consequências alterações no comportamento, na personalidade e na capacidade funcional da pessoa, dificultando a realização das suas actividades de vida diária.
Em termos neuropatológicos, a Doença de Alzheimer caracteriza-se pela morte neuronal em determinadas partes do cérebro, com algumas causas ainda por determinar.
Os sintomas iniciais da Doença de Alzheimer incluem perda de memória, desorientação espacial e temporal, confusão e problemas de raciocínio e pensamento. Estes sintomas agravam-se à medida que as células cerebrais vão morrendo e a comunicação entre estas fica alterada.
Embora não tenha uma causa pré-definida, há factores de risco identificados como a tensão arterial alta, colesterol e homocisteína elevados, baixos níveis de estímulo intelectual, de actividade social e exercício físico, obesidade e diabetes, graves e repetidas lesões cerebrais. Alguns estudos têm referido que a doença Alzheimer afecta mais os indivíduos que se alimentam mal e não fazem exercício físico.
Num muito reduzido número de famílias, a doença de Alzheimer é causada por um problema genético e hereditário, conhecido como a doença de Alzheimer familiar
desenvolvendo-se entre os 35 e os 60 anos.
Segundo a Associação de Alzheimer, http://alzheimerportugal.sensocomum.pt/, podem haver alguns sinais de alerta comuns da doença: perda de memória, dificuldade em executar tarefas domésticas, problemas de linguagem, perda da noção do tempo e desorientação, poderá não reconhecer uma infecção como algo problemático, e não ir mesmo ao médico, ou então vestir-se desadequadamente, usando roupa quente num dia de Verão.
Alguns comportamentos comuns são alguém com a doença de Alzheimer pode esquecer completamente o que são os números e o que tem de ser feito com eles; festejar um aniversário é algo que muitas pessoas fazem, mas a pessoa com doença de Alzheimer pode não compreender sequer o que é um aniversário; Trocar o lugar das coisas; Alterações de Humor ou comportamento; Alterações da personalidade; Perda de iniciativa (uma pessoa com doença de Alzheimer pode tornar-se muito passiva, e necessitar de estímulos e incitamento para participar).
Com o passar do tempo actividades básicas como a alimentação e a higiene ficam comprometidas ficando a depender da ajuda de terceiros. É fundamental ajudar a pessoa na adaptação à doença estimulando as capacidades da pessoa de forma a maximizar o máximo de tempo a sua autonomia e dignidade.
Sem cura e com um diagnóstico difícil, muitos investigadores têm apontado a prevenção como o caminho seguro.
Assim, deve ter em consideração que a perda de peso é um
problema frequentemente observado nas pessoas que apresentam doença de Alzheimer e eleger uma alimentação cuidada e equilibrada como a melhor forma de prevenção. Deve também atender aos gostos do doente facilitando a sua adesão ao acto de comer.
Dicas de prevenção à doença de Alzheimer:
- Preferir frutas e legumes frescos.
- A alimentação deve ser rica em antioxidantes, como vitamina E, presente em óleos, azeite, cereais fortificados, vegetais de folha verde escura, sementes e nozes. A vitamina E ajuda na transmissão dos sinais nervosos, permitindo a aprendizagem e memória.
- Comer peixe pelo menos 1 vez por semana, diminui em 60% a possibilidade de desenvolver a doença, uma vez que o peixe é rico em ómega 3.
- Incentivar ao uso de actividades estimuladoras do cérebro como as palavras cruzadas.
- Fazer exercício físico, uma vez que este activa a circulação, protegendo a pressão arterial. Têm sido encontradas evidências de que pessoas activas têm menor risco de sofrer desta patologia neurológica.
Portanto, deve ser aumentado a ingestão de frutas (amoras, morangos, ameixas, abacate, laranja, uva preta, maça vermelha, tomate) e legumes (espinafres, couve de Bruxelas, brócolos, pimentos vermelho, cebola). Dar preferência aos cereais integrais e ao peixe em vez da carne. Neste sentido, a dieta mediterrânea tem mostrado um efeito protector na doença de Alzheimer. Este tipo de alimentação permite ter um bom aporte de vitaminas B, C, E e ómega 3 essenciais no controlo da inflamação das células cerebrais e na formação de novas células.
Se a prevenção é o caminho, comece hoje a pensar no dia de amanhã.

segunda-feira, 12 de outubro de 2009

Alimentação e demência mental


Com o passar dos anos, o envelhecimento vem muitas vezes associado a algumas perdas de bem-estar físico e psicológico. Assim não é fora de comum encontrarmos nos idosos problemas odontológicos, de deglutição, perda de paladar e/ou olfacto, problemas psicológicos, como depressão, tristeza, desânimo, apatia, solidão, problemas provocados pela medicação como a perda de apetite, azia, gastrite, assim como problemas cardíacos, gástricos e neurológicos.
Com o seu envelhecimento, o cérebro vai perdendo a habilidade para se proteger da inflamação e oxidação, processos que formam radicais livres que atacam as células cerebrais levando à morte de neurónios. Ainda associados a estes problemas surgem, muitas vezes, problemas financeiros devido a reformas insuficientes que não permitem uma alimentação e saúde equilibradas.
A demência é uma deterioração mental que leva a uma diminuição das habilidades mentais, comprometimento da memória, da orientação, do pensamento abstracto e alteração do comportamento.
A solidão juntamente com dificuldades físicas e psíquicas auxilia na precariedade de vivência em que muitos idosos se encontram, infelizmente por não terem quem lhes prepare refeições fazendo com que optem por alimentos pré-feitos muitas vezes mais caros e ricos em calorias e açúcar.
Os doentes com demência tornam-se gradualmente mais dependentes devendo ser controlados, no sentido de serem vigiados em comportamentos gerais, mas também em actividades básicas como na alimentação, no sentido de garantir uma alimentação adequada e um peso equilibrado.
Quando o acto de comer é afectado, seja por dificuldades de deglutição, por problemas dentários ou outros, deve ser administrado uma alimentação pastosa ou líquida. Deve garantir que estas são variadas e equilibradas de forma a evitar desnutrição. Neste sentido, são exemplos de dieta pastosa: leite misturado com frutas em puré, leite com cereais, carnes reduzidas a puré, empadão, vegetais e leguminosas em puré (cenoura, ervilhas, feijão), papas de arroz, sopas em creme, pudins, frutas cozidas, leite com papas de pão; em termos de dietas líquidas podem ser boas opções leite ou iogurte batidos com frutas, sumos de frutas, caldos de legumes. Este tipo de dietas não precisam de ser desajustadas de uma alimentação dita normal, devendo dar maior importância aos cereais, massas, frutas, legumes, verduras e peixes.
Em continuação, ficam aqui algumas dicas para lidar com pessoas com demência, em termos alimentares:
- Manter as rotinas de horários e local das refeições, com todos os membros da família. O organismo tende a se habituar com horários rotineiros e o estímulo da fome é essencial para o sucesso de uma boa aceitação alimentar.
- Comer com a colher e não com o garfo, tende a ser mais fácil de manipular comportando menos riscos.
- Fazer refeições variadas, sendo preferível comer poucas porções várias vezes ao dia e de fácil deglutição.
- Comunicar com o doente indicando que é preciso mastigar muito bem os alimentos.
- Ter alguma paciência e humor.
- Provar a comida do idoso, uma vez que devido à demência, pode não ter noção do gosto dos alimentos nem mesmo ter sede.
- Dar líquidos como água, infusões e sumos durante todo o dia para evitar desidratação.
- Fazer a higiene oral depois das refeições, escovando os dentes ou lavando a prótese dentária e lavando a cavidade bocal.
- Verificar se a prótese está em bom estado e ajustada. Fazer visitas periódicas ao dentista.
- Ter em consideração que o número de calorias necessárias em pessoas calmas é menor do que para pessoas agitadas que andam durante todo o dia.
Os doentes com demência exigem muitos cuidados requerendo um esforço acrescido dos seus cuidadores. A paciência e a compreensão são boas aliadas no acompanhamento destas pessoas de forma a facilitar o dia-a-dia e a manter a dignidade destes pacientes.
Em Portugal estima-se que existam cerca de 153.000 pessoas com demência, 90.000 com Doença de Alzheimer.