segunda-feira, 16 de novembro de 2009

Romã - Uma fruta de excelência

A romã é uma fruta milenar, tendo sido associada, em épocas antigas, ao amor, à paixão, à fertilidade e à sorte.
Trata-se de uma fruta de casca dura, mais ou menos rosada, de tamanho variável, mas cuja maior característica é o seu interior recheado de bagos de cor avermelhada e de aspecto suculento. A sua excelência reside na sua quantidade de nutrientes fundamentais para a saúde, sendo talvez a fruta com maior concentração desses nutrientes com o acrescento do benefício de ser pobre em calorias e em gordura.
Apresenta cerca de 50 kcal por 100 gramas de fruta, sendo que, mais de 80% é água.
Propriedades dos seus constituintes:
- Fibras – ajudam na redução do colesterol sanguíneo e na regulação do trânsito intestinal. Segundo experiências populares, a romã era utilizada para acalmar diarreias.
- Vitaminas do complexo B (vitamina B6, por exemplo) – aumentam a resistência a infecções, auxiliam a circulação sanguínea e a eliminação de líquidos.
- Vitamina A – essencial para a visão e para a pele.
- Vitamina C – cada romã oferece cerca de 40% da dose diária recomendada. Excelente antioxidante.
- Minerais – Ferro, fósforo, cálcio, cobre, zinco, magnésio - fundamentais para o sistema imunitário, combate à anemia e auxilio à memória.
- Ácido fólico – essencial para a saúde cardiovascular.
- Polifenóis – São os grandes constituintes que fazem da romã uma fruta a ter sempre na sua fruteira. São potentes antioxidantes que actuam na redução de processos inflamatórios responsáveis pelo envelhecimento celular, pelas doenças cardíacas e alguns tipos de cancro. A romã apresenta três tipos de polifenóis em maior quantidade que as outras frutas – ácido gálico (antioxidante mais eficiente na prevenção de problemas cardíacos existindo em maior quantidade do que no tomate e no vinho), ácido elágico e o protocaquínico.
Tanto os bagos como as sementes (que se encontram no interior dos bagos), assim como a película esbranquiçada que envolve os bagos possuem estes compostos referidos.
- Antocianinas – compostos bioflavonóides com propriedades anti-cancerígenas que juntamente com o ácido elágico desenvolve uma potente prevenção contra certos tipos de cancros.
Os antioxidantes podem proteger-nos do stress oxidativo a nível celular derivado da poluição, químicos, vírus e bactérias e também de doenças cardiovasculares e cancro.
O sumo de romã é referido como tendo um poder antioxidante duas vezes maior que o vinho tinto e o chá verde, tão em voga ultimamente.
Assim, quando parte integrada de uma alimentação saudável, a romã pode ajudar a prevenir doenças cardiovasculares. Tal deve-se ao facto de a romã ter um potencial (devido à sua composição) para evitar a deposição de gorduras no sangue, aumentar o fluxo sanguíneo para o coração, reduzir a pressão arterial, o mau colesterol (LDL) e a formação de placas nas artérias prevenindo a aterosclerose (deposição de gordura nas artérias) que levam a doenças cardíacas.
Auxilia, ainda, no cancro da próstata e da mama e na redução do risco de osteoartrite devido às suas propriedades anti-inflamatórias. Parece que as sementes da romã, que se encontram no interior dos bagos, apresentam propriedades fito-estrogénicas que são úteis na regulação das alterações hormonais e no alívio de sintomas associados à menopausa.
À parte, de todo o interior da romã, utilizado na sua maioria para fazer sumo de romã, a casca era também utilizada, em métodos alternativos de tratamentos para a saúde, fazendo infusões que actuava como antibiótico natural no tratamento de amigdalites, faringites, conjuntivite (compressas) e diarreias.
A sua forma de consumo é natural, já que submetê-la ao calor pode destruir as suas propriedades. Assim, deve ser descascada comendo os bagos e/ou utilizar os bagos para ornamentar e consumir em saladas e/ou sobremesas. Os bagos podem ser congelados, no sentido de serem consumidos ao longo de todo o ano.
Tal como a toranja parece que a romã também pode interferir com certos medicamentos, pelo que deve ter isso em consideração se está a fazer medicação e consome romã em grandes quantidades.
Já dizia o ditado popular que a romã atrai a sorte e a fartura se se chupar 6 bagos no dia de Reis, a 6 de Janeiro. Que tal atrair uma saúde para o ano inteiro? Por uma vida sã, crie o hábito de comer romã!

quarta-feira, 4 de novembro de 2009

Castanha - Conhecer as suas propriedades


Com a chegada do Outono, eis que o S. Martinho se apresenta e as castanhas entram pelas nossas casas, cumprindo ano após ano a tradição dos Magustos, que por definição, significa aquilo que muitos fazem por estes dias, merenda de castanhas.
O castanheiro foi durante séculos uma das mais importantes espécies arbóreas em Portugal e particularmente nas Beiras e em Trás-os-Montes, regiões em que a castanha foi durante muito tempo o principal alimento das populações rurais da montanha. A castanha é um alimento tradicional português.
Mas que alimento é este, tão típico em terras portuguesas?
A castanha é um alimento classificado como fruto gordo e amiláceo tal como a noz, a avelã, a amêndoa, o pinhão e o amendoim.
E, neste sentido, muitos pensariam, que assim sendo, é um alimento a evitar, sobretudo em excesso. Mas, a castanha apresenta algumas vantagens relativamente aos demais. Ela destaca-se devido ao seu teor em gordura ser bastante inferior relativamente aos outros frutos referidos, comparando-se aos cereais. Além disso, apresenta um teor muito maior em hidratos de carbono e tem muito menos calorias que os outros frutos gordos.
Comparando, por exemplo, a castanha com alguns frutos gordos, podemos ver que, por 100 gramas de fruto comestível:
- Castanha tem 185 calorias;
- Noz tem 689 calorias;
- Avelã tem 677 calorias;
- Amendoim tem 571 calorias;
A castanha assada com sal tem mais algumas calorias – cerca de 211.
Que outras características fazem das castanhas um fruto gordo a consumir?
- Além de possuírem menor quantidade de gordura, a grande maioria da sua gordura é de natureza insaturada, apresentando vantagens na diminuição do colesterol do sangue.
- A nível vitamínico são boas fontes de vitamina C, vitamina B6, B1 e folatos. Estes últimos são excelentes na prevenção de doenças cardiovasculares e cancros, actuando também juntamente com as vitaminas como antioxidantes e, desta forma, na prevenção do envelhecimento.
- A nível mineral são boas fontes de magnésio, potássio, fósforo, cálcio e zinco. Actuam num papel importante para o sistema imunitário (zinco) e para os ossos.
- É ainda um alimento rico em fibras que favorece também a prevenção das doenças cardiovasculares.
- A sua adstringência ajuda no controlo das diarreias.
As castanhas constituem uma excelente fonte de energia, devido á sua riqueza em hidratos de carbono podendo ser consumida de diferentes formas. Pode ser consumida cozida ou assada como acompanhamento de pratos, usada para base de sopas e purés, para confecção de molhos e mesmo utilizada na confecção de bolos e doçarias, tão em voga actualmente. A forma menos comum de consumo é na sua forma crua, o que também a distingue dos outros frutos gordos.
As castanhas podem constituir um óptimo lanche, uma vez que, por serem ricos em hidratos de carbono, são uma boa fonte de energia e saciam facilmente, tendo ainda a vantagem, já referida, de serem pobres em gordura.
Dicas de compra:

- Ao comprar castanhas, tenha em atenção o estado da sua pele que deve ser brilhante e intacta.
- Evite comprar se já tiverem cheiro a mofo.
- Em casa, deve guardá-las num local fresco e seco.
- Cruas ou assadas as castanhas podem conservar-se num congelador durante 6 meses.
Portanto, as castanhas quando consumidas com moderação, a par com outros frutos gordos e amiláceos, ajudam a estimular o sistema imunitário, baixam os níveis de colesterol no sangue e podem ajudar a reduzir o risco de doenças cardiovasculares e outras doenças relacionadas com o envelhecimento.
A castanha é um alimento interessante para a saúde! Cumpra a tradição!