segunda-feira, 27 de julho de 2009

Alimentação e depressão - 2ª Parte

Além das regras saudáveis referidas no texto anterior, existem alguns alimentos essenciais que devem estar presentes na alimentação diária, no sentido de ajudar a restituir o equilíbrio cerebral químico auxiliando no tratamento ou prevenção da depressão.
O aminoácido triptofano, que se converte em serotonina, o neurotransmissor do bem-estar e felicidade, melhora o humor e encontra-se presente em alimentos ricos em proteínas como: carne, peixe, ovos, leite e derivados, leguminosas, bananas.
A vitamina B6 é importante no metabolismo do triptofano e encontra-se nas carnes, peixes, ovos, bananas, cereais integrais.
As pessoas que não incluem alimentos ricos em triptofano e/ou vitamina B6 na sua alimentação têm tendência a ficarem deprimidas.
O ácido gordo essencial ómega 3 está presente em alimentos como os peixes de águas frias, como o salmão, a sardinha e o carapau. Este ácido gordo essencial é ainda encontrado nas sementes de linhaça, nas nozes e no agrião. Existem estudos que confirmam que quanto maior o consumo de alimentos ricos em ómega 3 menor o risco de ter depressão, uma vez que quanto maior for a quantidade de ómega 3 presente no sangue maior é a produção de serotonina.
O ácido fólico encontra-se presente nos legumes de folha verde escura como os espinafres, os brócolos, a couve. Estudos indicam que pessoas que contêm níveis baixos de ácido fólico ou níveis altos de homocisteína (o que significa que têm níveis baixos de ácido fólico, vitamina B6 e B12), tem tendências a terem depressão e menos resultados com os anti-depressivos.
A vitamina B12, encontra-se naturalmente em alimentos de origem animal, mas também em alimentos fortificados como os cereais.
Um bom aporte vitamínico e mineral (onde se incluem o ferro e zinco (carnes, peixes, mariscos), magnésio (folhas verdes, sementes, cereais) e o selénio (sementes, frutos secos, cereais integrais), permite a estabilidade bioquímica no sentido de facilitar ao organismo um funcionamento equilibrado e correcto.
Além dos alimentos essenciais para uma alimentação saudável e que responda aos requisitos da depressão, no sentido de manter o equilíbrio nutricional e tirar o seu melhor proveito, é essencial evitar estimuladores que podem alterar a absorção intestinal de nutrientes muito importantes, como por exemplo, o álcool (vinho, cerveja, bebidas destiladas, entre outras) e cafeína (café, refrigerantes com cola, entre outras). Também o açúcar deve ser evitado, pois quanto mais estáveis forem os níveis de açúcar no sangue ao longo do dia, menor são as oscilações de humor.
A água é fundamental para todos e, claro, para indivíduos em depressão. A água ajuda a remover substâncias tóxicas do nosso organismo, ajuda na absorção dos nutrientes e auxilia todos os sistemas corporais a processarem as suas funções em pleno.
Juntamente com toda a terapêutica, além da alimentação saudável, deve ser preconizado o exercício físico, uma vez que reduz o stress e proporciona bem-estar ao aumentar os níveis de serotonina.
É certo que a alimentação não cura, por si só, a depressão, mas com certeza que auxilia um tratamento que se quer multidisciplinar de forma a cobrir todas as possíveis origens da depressão. Uma alimentação equilibrada juntamente com o exercício físico, a psicoterapia e, em alguns casos, os fármacos, poderá ser uma forte equipa para a prevenção e cura desta doença.

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